Desde a semana passada está circulando pelas redes sociais um texto da Ruth Manus, publicado no Blog do Estadão e que, segundo o próprio jornal, já foi compartilhado por mais de 700 mil pessoas. O assunto o próprio título entrega: “A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer”. No relato sincero e fiel ela descreve a mulher que ela é que, provavelmente, o incrível número de pessoas que interagiu com o texto, também é. Somos, como temos falado ao longo da existência do projeto Movimentos Humanos, a mulher que ela relata já no início do seu texto:
“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.
Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.
Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.
Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”
Qual mulher não se identifica com ao menos uma ou duas características apresentadas neste descritivo? E lá vamos nós falar novamente sobre os conflitos que se inicia, muitas vezes, por conta do que somos hoje para a sociedade. Ao longo do texto ela expressa o outro lado desta mesma moeda e diz assim:
“Mas, escuta, alguém lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?”
Nós do Movimentos Humanos ficamos felizes quando esta discussão ganha a proporção que este texto tomou, pois é a prova do quanto o ser humano precisa e quer debater o assunto. É desta reflexão que conseguiremos caminhar para frente: entendendo e assegurando o papel da mulher no mundo, mas compreendendo as consequências que impacta a sociedade como um todo, incluindo o próprio feminino.
A solução para encontrar um ponto de equilíbrio entre a mulher que somos hoje e o homem que consegue entender e acompanhar esta mulher só pode passar pelo diálogo, pelo amor e pela boa vontade de todos os nós. Vamos falar sobre este assunto, mais uma vez, esta semana.
Post do jornal O Estado de São Paulo falando sobre a crônica que inspirou a discussão da nossa semana |
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