Ontem resolvi andar de ônibus. Preciso diminuir os custos e, afinal de contas, não é exatamente o maior sacrifício que já fiz na vida. Tudo bem que não era hora de pico e nem eu ia para algum lugar tão distante assim. Mas depois de décadas sem andar de transporte coletivo, estava meio apreensiva. Na verdade estava com medo de bancar a tola por não saber coisas básicas de quem é obrigado a fazer isso todos os dias. Fiz algumas perguntas “idiotas” para a minha funcionária que, obviamente, riu de mim e disse que queria ser uma mosquinha para me ver no ônibus. Pensei em me ofender por um instante, mas achei que era um bom momento para deixar de me apegar a bobagens deste tipo. Resolvi focar na minha decisão de ir mesmo bancando a tonta e lá fui eu. Deu tudo certo e eu me senti confiante.
Depois, já de volta, tomando um sorvete próximo a minha casa, pensei que era uma bobagem eu me sentir mais confiante por ter feito isso. Então me lembrei que todo mundo anda falando que eu preciso pegar mais leve comigo mesma, ser mais gentil e amorosa comigo, blá blá blá e resolvi ficar feliz com isso. Percebi como tenho medo de errar. Tudo na minha vida é pautado por isso. Se acerto, sou feliz. Se erro, sou infeliz, muito infeliz. Isso atrapalha a vida, não é mesmo?
Conheço mais pessoas como eu, do que pessoas que simplesmente metem as caras em tudo e, se errar, tudo bem, seguem em frente felizes da vida e agradecendo pelo tanto que aprenderam com o erro. Na verdade a gente só fica feliz com o erro muuuuuito tempo depois. Normalmente quando já estamos “acertando” de novo.
Todos esses devaneios me fizeram enxergar que a maioria das pessoas desejaria começar um nova vida ou pelo menos modificar uma coisa ou outra – ou muitas. Mas ninguém quer conviver com o erro, então…ficamos aqui, quietinhos, vivendo nossa vidinha e pronto. E aquela coisa: “todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer”.
Resta saber: o que é certo afinal? Fazer esta pergunta para alguém como eu é quase um desafio mental porque vou lá nos conceitos aristotelicos para trazer a pouca filosofia que tenho e discorrer entre o bom senso, a ética e essas coisas todas que me fariam pensar que estou sendo tão inteligente e que as pessoas vão me adorar por isso. Mas, sabe, estou meio cansada da minha mente que vive fazendo este joguinho. Ando pensando em coloca-la num navio para a Sibéria e deixar que ela fique por lá congelando por um tempo. Será que sem a minha mente para me perturbar eu cometeria mais erros? Será que eu conseguiria rir mais de mim mesma, ser mais leve e divertida? Por enquanto, como a mente ainda não foi despachada, o que me vem é que eu ando ficando louca. Mas posso, finalmente, estar errada!
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