No sábado passado tivemos mais um workshop “Encontrando minha Essência para ser mais Feliz“. Sempre saio desses workshops muito feliz e com vários aprendizados. Ouvir as pessoas que participam e acompanhar o conteúdo sendo desenvolvido acionam em mim lembranças que vou re-significando ao longo dos dias seguintes.


E esses re-significados são possíveis graças a experiência única que cada ws me oferece. Apesar do conteúdo ser o mesmo e ditar o ritmo do trabalho, os exemplos que utilizamos, as histórias que contamos e mesmo, o enfoque que damos, sem combinar entre nós, vão se adequando e moldando à energia do grupo. É interessante constatar que mesmo que o chamado para fazer o ws seja o mesmo, cada grupo é único, e portanto, cada experiência também é única.


O último, oferecido em São Paulo, me fez lembrar da época da minha transição que desembocou em assumir meu propósito de vida. Foi um período longo, devo confessar, que me custo muito esforço e desgaste emocional, graças a minha resistência ao novo que estava nascendo em mim. Foi um período que muitas vezes me senti perdida, sem saber ao certo quem eu era, sem saber mais o que gostava, o que me dava prazer. 


Nesse processo em que estruturas estavam ruindo dentro de mim, fui me afastando de amigos de muitos anos. Por algum motivo eu me sentia ‘deslocada’ no meio deles. Eu não me divertia com as mesmas atividades de antes, os assuntos começavam a não me interessar nem empolgar mais. O prazer em estar junto diminuía a cada contato. Hoje eu entendo que estava mesmo me ‘descolando’ daquele núcleo social com suas visões de mundo. Muitos dos valores regentes naqueles grupos que participava começavam a não fazer sentido para mim, apesar do grande carinho ou mesmo amor que tinha por eles. 


Somado a isso havia em mim uma necessidade quase irresistível de me isolar. É um momento, pelo menos para mim foi assim, de estar só. De ouvir minha própria voz interior. Sabia que o que vivia não fazia sentido para mim, mas não sabia ainda o que fazia sentido. É como se a gente entrasse num limbo.


Muitos não conseguem passar dessa etapa e voltam a assumir a vida que a alma clama para deixar para atrás. Não há problema com isso. Todos temos nosso tempo e nosso momento para dar o pulo quântico na nossa vida. As vezes os preços são altos demais para nosso momento e recuar é preciso, é nobre. Mas essa voz interna continua nos chamando, o nosso chamado continua lá latejando, e a gente sabe. A gente ouve. A gente sente.


Uma das ajudas fundamentais para finalizar a minha transição foram as pessoas. Novas pessoas que estavam do outro lado da margem do rio ou mesmo atravessando o rio junto comigo. Pessoas que como eu estava atrás de uma nova forma de viver e que já tinham sentido o seu chamado. Os amigos antigos ficaram, boa parte deles, na outra margem, é verdade – mas é bom dizer que os verdadeiros voltaram com o tempo. Foi em contato com essas novas pessoas que fui descobrindo quem eu era nesse momento. Começando a identificar nelas, coisas minhas, ouvindo histórias parecidas que alentavam, compartilhando um mundo que começava a acreditar. Descobrindo in loco que havia outras formas de viver, de estar neste mundo, fazer meu trabalho e ser próspera. A mudança de posicionamento da Behavior é produto desse período.


Se abrir para novas relações, considero hoje, fundamental para fortalecer em nós aquilo que está nascendo. É claro que quando dividimos a vida com um núcleo familiar, as dificuldades podem ser maiores, mas sempre há espaço para relações novas na nossa vida. A saída do limbo, aprendi, implica novamente entrar em grupos sociais – e estes não precisam ser únicos, mas vários – que nos levem para realidades diferentes, modos de vidas distintos. Com o tempo o que é verdadeiro em nós, o que faz sentido a nossa essência, permanece e aquilo que é novo, mas também não serve para nós, passa.


Procure novos amigos, siga seu instinto para isso. Alguém te chamou a atenção? marca um café. Bate papo, dê tempo para você. Há um curso que deseja fazer? Talvez algo que diz respeito a algum talento adormecido ou mesmo algum que você nem sabia que tinha? Faça-o. Sozinho. Se abra. Deixe a seu melhor lhe guiar nessa passagem. 
E bons encontros ou quem sabe, bons re-encontros.