Refletindo sobre o tema proposto para esta semana me dei conta de como a questão da quebra do poder está batendo na nossa porta literalmente. Por exemplo, no trabalho. Outro dia uma amiga reclamava que sentia que os jovens que ela lidera hoje são completamente diferente de como éramos e que é muito difícil lidar com eles. A sensação dela é que eles não demonstram respeito pelas pessoas com mais experiência e que hierarquia é algo que não existe no vocabulário deles.
Tivemos uma discussão acalorada sobre o assunto porque eu concordo em termos com ela. Uma coisa que eu não discuto é respeito e educação. Isso vem do berço e sempre deverá existir nas relações humanas, mas a ousadia dos jovens, de te encarar de frente, de dar ideias no meio de uma reunião de diretoria ou ainda discordar da sua opinião me parece muito saudável. Não vou negar: venho de um ambiente onde as pessoas são cada vez mais jovens e realmente estranhei esta mudança de comportamento da dita geração y. Mas com o passar do tempo aprendi a conviver com eles. Com o tempo já conseguia identificar aqueles que eram educados e comprometidos dos mal educados e que não estão nem aí para nada – porque existe esses também e não tem nada a ver com o que estamos falando aqui.
Aqueles do primeiro time acabei conseguindo interagir muito bem. São pessoas mais destemidas do que a minha geração e mais preparada para encarar uma boa conversa e colocar sua opinião de uma forma posicionada. Isso nos ajuda a trazer um frescor para o ambiente corporativo.
Lembro de uma menina que tive o prazer de conhecer trabalhando e que, sem dúvida, me ensinou muito a respeito deste tema. A sua primeira reunião foi memorável e durante muito tempo se falou a respeito. Começou quietinha, ouvindo e anotando tudo e, de repente, sem nenhuma claquete, ela olha para o diretor que estava falando e diz que simplesmente discordava do que ele dizia. O estranhamento que isso causou a todos foi imediato, mas ela simplesmente não se intimidou. No fim das contas, ela tinha razão e argumentos a respeito do que estava falando. Fosse outros tempos ela seria chamada de louca por ter feito o que fez e nem duraria muito naquele ambiente.
A sorte é que trabalhar num segmento em que os jovens são tão bem cotados é que aprendemos a aceitar este novo tempo de uma forma muito rápida. É preciso para isso, humildade de um lado e ousadia do outro. E respeito por todos os lados. E não deveria ser assim em qualquer ocasião?
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