Todos nós estamos num processo de mudança. O ano da serpente nos pegou por mais que quissessemos fugir. Muitas vezes essas mudanças nos atingem em cheio tal como uma onda forte que nos derruba no mar. Não dá para pensar, não dá nem para respirar. Mas uma hora todo fica calmo e é hora de se levantar e começar a andar. É o ano cavalo dando o tom nos provocando a iniciar nossa marcha firme, de peito aberto como falamos nos post de início do ano chinês 2014.
Acredito que o primeiro semestre passamos assimilando e digerindo as mudanças, e agora sentimos que é a hora de agir. A minha sugestão é que antes de sair planejando por ai, ativando o mental comumente acelerado, se dê o tempo para despertar. Para tomar consciência do que você deseja, realmente. Ouvir seu coração antes de decidir. Antes de seguir por inércia o que você escolheu como destino.
Há mais de 15 anos trabalho o conceito de roda do ano na minha vida. É simples, como quase tudo que vale a pena nesta vida: a idéia é se alinhar com o tempo da terra e do universo. Se estamos no inverno, dormimos mais, comemos comida mais quente e aquecemos o corpo e a alma com alimentos físicos, espirituais, emocional e psiquicos que nos ajudem a hibernar.
No final do inverno antes da chegada da primavera – o tempo que estamos agora – é hora de despertar do sono longo e frio do inverno. É um período de começar a abrir as janelas, sacudir os cobertores, arejar a casa, rever os amigos e conhecidos. Os movimentos são lentos, doces e agradáveis. Quem faz algum tipo de treinamento físico sabe que primeiro devemos aquecer o corpo antes de forçar alguma atividade. Igualmente acontece com nosso “tempo”. Precisamos começar a acordar, sem a pressa do próximo movimento que o mental nos impõe, sem dar poder à paranóia de “perda de tempo” que o mundo moderno coloca em nós.
Aprendi que quanto mais nos associamos com o tempo da terra e do universo agimos de forma mais precisa, no tempo certo, sem desperdício de energia. Como o Yoga e o Pilates ensinam bem. O tempo agora é de trazer para o consciente o que o sono invernal trouxe para você. O inverno é tempo de reflexão consciente e inconsciente. A saída de inverno é o tempo de relembrar essas reflexões e começar trazê-las a luz do nosso consciente para poder, ai sim, organizar, planejar e semear no tempo certo.
É sobre este despertar que iremos falar esta semana.
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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