As meninas a que me refiro, amigas do meu filho e que frequentam a minha casa, são exatamente como eu, você , sua mãe e mais uma geração infinita de mulheres. A seriedade é a tônica da nossa vida, então, diversão é quase um pecado. Torna-se um desejo da alma. Mas também é um exercício, como o da meditação.
Eu, consciente disso, estou aqui negociando comigo mesma para, pela primeira vez, tirar estes dias de descanso que começam amanhã, para valer. Isso significa não fazer almoços enormes na casa da praia, não inventar modas como levar todos os meus sobrinhos para passear no “banana boat” da vez. Não ir nem ao supermercado. Apenas sombra, água fresca, boas risadas na companhia das pessoas que mais amo: minha família e amigos do coração.
Se existisse um gênio da lâmpada e ele aparecesse agora para mim era só o que pediria. Gastaria todos os meus três desejos fazendo este único e genuíno pedido: sejamos leves e divertidas em 2015. Que assim se faça!
Sexta-feira, 19 de dezembro, abri os olhos. Pensei: “hoje é último dia antes do recesso de 15 dias que terei para descansar e dar boas vindas ao novo ano”. Tento fazer uma lista mental do que ainda está pendente e lembro-me, entre outras coisas, do blog. Estamos no meio da retrospectiva dos Movimentos que marcaram o ano e que irão se fortalecer daqui para frente. “Estou atrasada com isso”, é a minha conclusão óbvia. Abro o computador e vejo na planilha que deveria escrever hoje o último texto da restrospectiva, mas com a semana intensa que tive ainda restam 3 textos. Bom…vamos lá, mãos na massa para fazer o que é possível. Passo o olho no último tema que abordei e procuro o próximo:
12/12: A MULHER DESEJA MAIS LEVEZA E DIVERSÃO NA SUA VIDA
(aqui tem duas histórias muito interessantes sobre mulheres que trabalham muito e estão exercitando se desconectar por alguns períodos)
Dou risada e penso: “casa de ferreiro, espeto de pau”. O tema me pega em cheio, afinal, no meio da correria que está sendo a minha vida ultimamente, tenho que escrever sobre a mulher, leveza e diversão. Como demonstrado acima, sempre incluo links de histórias e referências que vou coletando no dia a dia e que me ajudam a fazer uma linha de raciocínio sobre o assunto na hora de escrever. Vejo a observação que fiz sobre a história de duas executivas poderosas que aconselham mulheres a se desconectar por alguns períodos. Fui reler o texto para lembrar do que se trata. É bacana e cheio de referências interessantes – se você quiser saber mais a respeito é só clicar aqui, pois vou me ater apenas a conclusão que fiz assim que acabei de ler: “o que essas mulheres estão dizendo é que nós não precisamos nos mudar para uma montanha no Himalaia, deixar nossas vidas, nossa hiperatividade, nosso jeito multitarefas de ser, para encontrarmos o equilíbrio. Mas nós precisamos sim, encontrar uma brecha dentro da nossa rotina para respirar fundo e se desconectar – nem que signifique exatos 5 minutos por dias”.
Muito se fala em meditação e eu a pratico há décadas. Já experimentei diversas linhas, tipos e métodos, mas não encontrei, até hoje, método melhor do que simplesmente sentar (no chão de preferência) fechar os olhos e respirar. Oxigenar o seu corpo durante algumas respirações profundas. Não….a sua mente não vai te deixar em paz porque você está sentada e respirando. Você não vai parar de pensar em tudo que precisa fazer, nos problemas a resolver, nos dilemas a enfrentar. Eles simplesmente continuarão ali te desafiando.
Uma sábia senhora me ensinou um truque para conviver em paz com a mente nos momentos de meditação. É assim: os pensamentos virão, portanto não lute uma batalha já perdida. Acolher é melhor. Mas não os retenha. Imagine que são passarinhos vindo até o comedouro – que é a sua cabeça – pegam um pouco de alpiste e vão embora. Isso…parece maluco, mas eu alimento meus pensamentos com alpistes imaginários e eles desaparecem por um tempo. Isso me traz leveza, claro, minimiza a ansiedade, mas, principalmente aquieta a alma e me dá a certeza de que, por mais atarefada que eu esteja, tudo vai dar certo se eu continuar a ser quem eu realmente sou.
Pronto, falei da leveza. Mas e a diversão? Bem….isso já é mais complicado. Esta semana fui a formatura do meu filho (o meu “bebê já é um universitário”), mas isso é outra história. Entre uma emoção e outra fiz um post no facebook sobre algo que aconteceu durante a cerimônia e reproduzo abaixo:
Sobre o discurso foi assim: 4 alunos foram escolhidos pelos colegas para serem oradores das duas turmas de formandos do 3o ano. Três meninas e um menino, o Pedro. Sou testemunha: ele escreveu o texto, leu para mim, lapidou tudo com as meninas. Hoje antes de sair de casa pediu para eu imprimir para ele se preparar, dar uma lida antes. Bem….eu imprimi, mas ele esqueceu o texto em casa. Quando chegamos na escola, lá estavam as meninas concentradas, ensaiando suas palavras. O Pedro já tinha desencanado. Momento da verdade: os quatro subiram ao palco. O Pe foi o primeiro a falar. Não conseguia ler, começou a fazer umas piadinhas para engrenar, resolveu ir de improviso mesmo, falou uma dúzia de coisinhas engraçadas, deu uma zoada nos amigos, caiu todo mundo na risada. E as meninas? Textos impecáveis, com citações inteligentíssimas, lições incríveis de maturidade. Compenetradas, firmes, seguras….a platéia ouvindo, mas já meio dispersos todos! Resumindo: meninos, levando a vida a sério, mas nem tanto, tiram boas risadas do público. Já as meninas…sérias, concentradas, focadas….nem tanto!
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