Pode ser que você não acredite em horóscopos e ainda sabendo que é chinês, faça menos sentido para você; mas você deve ter sentido que este ano a vida tem te empurrado a decidir. Especialmente a decidir sobre cortes que farão tua vida tomar outro rumo. Estou errada?



Se você tomou essas decisões é bem provável que você esteja atravessando o que eu chamo de “limbo do novo”. Esse estado sem rumo e o que é pior, sem saber o que fazer, como agir, é um momento muito delicado e perigoso. Perigoso porque se você deixar que o medo se instale você irá voltar correndo ao caminho – e forma – antiga de ser. Atenção! Por algum motivo usamos as mesmas ferramentas e formas que nos levaram a crise para lidar com o medo do desconhecido. Fazemos mais do mesmo que nos levou ao ponto de estrangulamento. Parece irracional, mas não, é exatamente o contrário: muito racional. A mente só usa o conhecido para lidar com a realidade, por isso ela vive, de certa forma, no passado. 

Antes de querer voltar ao modelo antigo reflete se tudo aquilo que você passou nos últimos meses ou anos não merecem você continuar com coragem em direção ao novo. E a dica é essa: coragem. Coragem vem de core que tem como base a mesma raiz de coração.  Porquê o coração? porque é através dele que temos o sentir, esse sentimento e saber não racional que nos alerta, que nos indica, que até nos grita sobre o que nossa alma quer o que não quer. Pena que especialmente desde o Iluminismo a gente tenha aberto mão desse saber tão especial, lúcido e sábio. 

O sentir sabe. O sentir sente. O sentir não usa o passado como referência. Usa o saber interno para te alavancar e te levar com confiança para frente. Isso não significa abrir mão do mental. Aprendi que o mental é um ferramental poderoso para organizar, planejar, resolver questões práticas. É um belo software que nos ajuda a pôr em ação aquilo que o sentir está trazendo. Ambos, juntos, são poderosos. Juntos, são o melhor de nós. Mas é a mente que está a serviço do sentir e não ao contrário.

E se você ainda não decidiu… bom, saiba que quanta maior sua resistência maior a dor. Pode crer. E aqui não estou julgando se você tem direito a tê-la ou não – quem sou eu – mas estou dizendo por experiência própria que quanto mais nos fechamos nas nossas crenças que não servem mais, mais ficamos aferrados a uma história que só nós insistimos em acreditar que ainda está viva, embora ela tenha morrido há um bom tempo. 

Vou dizer uma coisa forte, mas como eu disse anteriormente, aprendi por experiência própria: pode haver bastante teimosia ai. A teimosia de quem sempre se colocou na posição de estar certo e correto, e ganhou com isso uma certa vaidade. Creio que essa é uma das piores situações no ano da serpente. Porque a serpente vem com tudo para nos dizer que no seu ano, não há certezas e que a incerteza e humildade, são o melhor caminho para atravessa-lo. Encare, relaxe, aceite ser vulnerável. A vida fica melhor, mais fácil, mais leve, mais harmônica com seus ciclos. Em fim, no meu entendimento, mais feliz.

Claro, você sempre pode resistir. Livre arbítrio acima de tudo. É um direito seu mas lembre: o ano da nossa curadora serpente acaba em 31 de janeiro de 2014 e ela, poderosa, só volta de aqui a doze anos. Quer viver os próximos doze anos da mesma forma?