A Nany iniciou o tema da semana falando sobre o ser humano e a pergunta: o que é ser homem para você? Ela termina o texto chamando a atenção para o lado masculino da irresponsabilidade e que nada tem a ver com a leveza (abordado na semana passada) .
Vem bem a calhar, pois na última sexta-feira, num happy hour com uma amiga, falávamos sobre este assunto. Ela estava admirada com o fato de ter uma quantidade grande de amigas que passavam pela mesma situação: o marido irritou-se com o trabalho e simplesmente demitiu-se, sem nenhum preparo emocional, estrutural ou financeiro. E agora, a maioria, está há pelo menos 6 meses sem trabalhar. Alguns casos chegam há um ano ou dois. E lá estão as suas lindas esposas ralando de trabalhar e segurando a casa financeiramente.
Isso lembra a minha mãe. Pois é! Estamos falando de um atitude bem masculina, mas a primeira coisa que me passa pela cabeça é uma frase que minha me disse várias vezes na vida: “No trabalho (e na vida também) a gente tem que aturar e engolir muitos sapos, não adianta pedir demissão a cada contrariedade”. Quando era menina (recém saída da faculdade), época em que ela me falava isso, achava um absurdo este pensamento. Para mim, as pessoas não devem viver infelizes e pressionadas. Interpretava aquela afirmação como um “aceite a opressão”. Hoje entendo o real significado da frase. Ninguém precisa ficar num emprego oprimido, que faça mal, que tire o sono, a saúde e a vontade de viver. Mas se você é pai (ou mãe), têm filhos que dependem de você, financia uma casa (que é o lar da sua família), têm bocas para alimentar é preciso um certo planejamento para sair de um emprego. É a parte ônus da história, afinal.
Conheço uma meia dúzia de casos de homens que passaram dois, três, dez anos se organizando financeiramente. Além disso buscaram ajuda de um coach ou headhunter para mudar a situação e foram a luta em busca de nova uma oportunidade. Alguns tornam-se empreendedores. Demorou para conseguirem o que queriam? Como disse: dois, três, até dez anos. Mas eles tinha um plano definido e uma meta que os alimentavam.
Infelizmente foram poucos os que eu eu vi fazendo isso. A grande maioria faz como os amigos da minha amiga. Tolerância zero: não aguento o meu chefe, a minha “firma”, o trânsito, sabe-se lá mais o que e simplesmente dizem adeus sem nada planejar. Alguns nem comunicam a mulher antes! Fácil quando a esposa trabalha e passa a sustentar a casa. Na verdade era para ser algo equilibrado, onde os dois trariam o melhor para a família e, de repente, lá está ela correndo atrás e o bonitão bagunçando a casa. Porque ainda tem isso, né? Muitos até aceitam inverter os papéis por um tempo, cuidam da casa e das crianças. Mas já ouvi histórias absurdas de maridos que, sem emprego, não são capazes de ajudar nem com as crianças e ainda deixam a casa um caos. E depois ainda querem sexo à noite e reclamam que a mulher não tem desejo. Difícil, né?
Agora tem um grupo de casais que combinaram isso: o marido não tem mais condições físicas e emocionais para continuar e muito menos para planejar uma saída a médio/longo prazo. Infelizmente o mundo corporativo tem feito isso com muitas pessoas que se deixam intoxicar por ambientes, muitas vezes, nocivos. Então a mulher entende e ambos combinam um período onde ela vai assumir financeiramente a casa e ele vai atrás de ajuda para se fortalecer e voltar a ativa. De fato eu conheço apenas uns dois ou três casais nesta situação, mas isso prova que dá para ter uma relação madura quando ambos estão dispostos e abertos ao bônus e ônus que a vida nos traz.
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