Quando a Nany lançou o tema da semana, só conseguia pensar na Copa. Resisti muito ligar um assunto ao outro, mas não teve jeito.
Ontem estava no aeroporto de Curitiba e na fila para despachar a bagagem fui abordada por uma repórter de um canal de TV. Ela queria saber o mesmo de sempre: se as obras da Copa no aeroporto ajudava ou não ajudava, se estava melhor ou pior. Apesar de ser muito otimista, na hora da entrevista, reclamei. Depois, já na sala de embarque, me arrependi. Não gosto de falar mal do Brasil. Eu nasci aqui, eu sou patriota, eu ganho dinheiro aqui, enfim, eu amo o meu país. Também quero que tudo dê certo: a copa, a economia, os visitantes tendo uma boa experiência. Por que eu iria querer passar pelo constrangimento de mostrar um cenário feio do Brasil para o mundo inteiro?
Acredito que a maioria dos brasileiros pensa assim, mas reclama. Porém tem uma coisa que me parece diferente desta vez: não vejo euforia. Não vejo todo mundo louco, só pensando na Copa, esquecendo que é preciso continuar vivendo. É aqui que ligo o assunto ao nosso tema: sinto que estamos evoluindo também como nação. Não estamos mais nos enganando tanto e acreditando que o futebol e alegria do povo e o resto não importa. Claro que este é um movimento, como qualquer outro, que anda devagar, cheio de altos e baixos, mas também estamos seguindo em frente.
Por fim entrei no avião com a sensação de uma coisa que aparentemente foi ruim para o Brasil, no fim das contas, vai deixar um legado bom. Estamos ficando mais realistas, mais prontos para não nos deixar enganar e se iludir. E como bom brasileiros que somos, sempre seremos apaixonados por futebol, porém, este será só o nosso esporte favorito e, não, o que mais importa. Espero que o meu otimismo se torne realidade. Eu creio nisso.
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