Meus quase 27 anos de pesquisadora e observadora do comportamento humano me ensinaram que as relações inter-pessoais são conduzidas, em boa parte, pelos “demônios e fantasmas mentais“, para usar a expressão de uma das minhas amigas e mestres de vida que tenho ao meu redor.
Acabei de fazer uma pergunta para esclarecer uma dúvida e recebi como resposta, na minha leitura claro, agressividade gratuita. Um simples questionamento virá um ponto de atrito. Hoje – ah! bendita maturidade – logo me pergunto o que eu toquei com as minhas palavras? qual dor, ponto de atrito, ou demônio eu fiz acender? Difícil saber, mais ainda, quando a pessoa não é próxima mas é com essa heterogeneidade de pessoas, cada uma com seus temperamentos e demônios que lidamos no dia-a-dia, o dia inteiro.
Aprendi também que os demônios dos outros não nos pertencem e que tentar apaziguá-los muitas vezes significa ficar presso a eles. Especialmente quando a pessoa não trata de seus próprios demônios. Quando o inconsciente, que contém todos eles, não está iluminado. Nesse caso, como disse Carl Jung, “o inconsciente vira destino“.
A saída, é não se engatar. Deixar, literalmente, a pessoa brigar sozinho. Quando é uma pessoa próxima, há o desejo de mostrar, apontar para a pessoa se libertar dos seus demônios mas muitas vezes isso pode significar, sem querer, se engatar neles e, alimentá-los.
Olhando agora para nós, quantas vezes, a atitude de alguém não acende em nos nossos demônios, especialmente de relacionamento, e voltamos contra essa pessoa cheia de pedras e desconfiança? quantas vezes deixamos que nossos medos e traumas gerem nosso futuro?
É sobre isto que iremos falar nesta semana muito especial por ser início de novo ciclo: equinócio de outono. Mabon, tempo de realizar. A energia deste momento me lembrou o Prãna Spa Ayurvédico da nossa amiga Marise Berg. As fotos são de lá.
Bom equinócio para todos.
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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Oi Nany, lendo os posts recentes de vocês lembrei dessa música recém gravada pela Bethania que tem muita relação com os monstros e fantasmas que lutamos ou mesmo criamos. Afinal nosso cérebro não consegue diferenciar a realidade da imaginação, cientificamente comprovado e filosoficamente discutido... Beijo grande, Daniel Furtado
http://www.youtube.com/watch?v=w4ldfmoMoZk
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