O filme não é exatamente novo, mas serve como referência: Encantada é a história da princesa Giselle que foi banida por uma rainha malvada do seu mundo de conto de fadas. Com isso ela acabou chegando a Manhhatan de hoje, um local completamente diferente para ela. Confusa, ela acaba ajudada por um advogado, Robert, que cria sozinho sua filha. Os dois se apaixonam, mas Giselle já está prometida para o príncipe Edward que decide vir atrás dela. O filme, como toda produção da Disney, é muito bem feito e gostoso de assistir. Porém o mais legal e muito apropriado para refletir é que a parte em que Giselle está no seu reino encantando é desenho animado e quando ela chega a Manhattan é filme, com atores reais, cenas reais, etc.
Descobri este filme por indicação de uma amiga, 10 anos mais jovem do que eu. Uma mulher bonita, segura de si, independente, que sabe o que quer. Ela me disse, não lembro exatamente o contexto, que já havia assistido Encantada algumas vezes e que simplesmente amava história de princesas e seus príncipes encantados. Surpresa com esta afirmação perguntei, meio na brincadeira, se ela também procurava por um príncipe. A resposta dela foi ainda mais surpreendente:
“É claro que eu procuro. Espero. Quero. Vou ter um”. E ela disse de uma forma tão radiante e feliz que não pude achar que ela não estava certa de que era isso mesmo que ela queria.
“É claro que eu procuro. Espero. Quero. Vou ter um”. E ela disse de uma forma tão radiante e feliz que não pude achar que ela não estava certa de que era isso mesmo que ela queria.
Desde então passei a ter um olhar mais observador sobre o que as mulheres realmente desejam de um companheiro e especialmente sobre suas expectativas em relação ao parceiro ideal. Tenho muitas outras amigas que embora não tão contundentes de afirmar que buscavam sim, por um, digamos homem perfeito, príncipe mesmo, estavam fortemente se debatendo por isso. Muitas aliás, ainda estão. Eram poucas as que já tinham encontrado o homem ideal. A maioria, ou não se interessava pelos pretendentes (muitas inclusive, veja só, porque eles tinham defeitos terríveis como ligar demais, ser carinhoso demais, ser protetor demais, ser atencioso demais). Outras, reclamam o tempo todo dos seus parceiros já conquistados.
Eu mesma, tenho que admitir, também me encaixava neste perfil. Durante anos me iludi com esta busca do homem perfeito, inteligente, másculo, que me protegesse de todos os perigos desta vida e talvez até de uma vida de conto de fadas que jurava que teria um dia ao lado dele.
Foi pela dor que descobri que o meu homem perfeito era bem mais humano do que o meu imaginário poderia criar. Foi preciso um amor muito maior do que eu imaginava que poderia ter para desconstruir todas as verdades absolutas que tinha a respeito deste homem.
E muito mais poderoso do que isso: foi preciso um exercício quase que diário da minha parte, para fazer com que este homem se sentisse em paz ao meu lado. Afinal, eu sabia fazer tudo: ganhava meu dinheiro, me sustentava, usava a furadeira, resolvia todas as pendências da minha casa, criava um filho, tinha opiniões sólidas sobre todo e qualquer assunto e era dona da verdade. Qual a utilidade daquele homem? Tive que criar o hábito de ser um pouco menina, um pouco mulherzinha, ceder um pouco de espaço para que ele pudesse ter seu lugar na nossa relação.
E muito mais poderoso do que isso: foi preciso um exercício quase que diário da minha parte, para fazer com que este homem se sentisse em paz ao meu lado. Afinal, eu sabia fazer tudo: ganhava meu dinheiro, me sustentava, usava a furadeira, resolvia todas as pendências da minha casa, criava um filho, tinha opiniões sólidas sobre todo e qualquer assunto e era dona da verdade. Qual a utilidade daquele homem? Tive que criar o hábito de ser um pouco menina, um pouco mulherzinha, ceder um pouco de espaço para que ele pudesse ter seu lugar na nossa relação.
Conheço inúmeras histórias de mulheres iguais a mim. Assim como conheço muitas que ainda reinam na terra do príncipe encantado e seu cavalo branco, totalmente irreal.
E quanto a minha amiga, aquela que não teve medo de me dizer que procurava pelo príncipe? Pois esta encontrou alguém que a complementa, que é tão forte quanto ela, mais experiente, mais vivido. Estão indo embora do Brasil por um tempo. Ele, aliás, nem brasileiro é. Ela vai virar cidadã do mundo como ele é e ambos vão ter lindas histórias para contar. Acredito que só agora entendi o que ela chamava de príncipe encantado: um homem que fosse um companheiro para toda a vida.
E você? Procura por que tipo de relação? Que tipo de homem? E faço a mesma pergunta aos homens: vocês procuram que tipo de princesas?
Ah, e a Giselle, a princesa de Encantada, também descobriu quem era o príncipe ideal para ela, mas não posso contar aqui porque vai que alguém não assistiu o filme ainda e tenha se interessado em ver?
Quer relembrar ou saber mais do filme citado aqui? Um caminho é este aqui http://www.adorocinema.com/filmes/filme-114729/
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