Na correria do dia-a-dia e de tantas obrigações que vamos carregando ao longo da vida, poucos de nós lembramos o significado católico da Páscoa: o renascimento de Cristo. A volta do Ser que veio nos ensinar – e todo ano nesta época nos lembrar – o que é o amor incondicional.
Aprendi há algum tempo que o amor não foi criado para ser recebido mas sim para ser dado. Quanto mais damos amor, mais somos nutridos por ele. Quanto mais nutridos pelo nosso próprio amor, mas plenitude alcançamos. Esse raciocínio muda totalmente a crença que precisamos de ser amados pelo outro para ser feliz. Quanto mais desejamos e procuramos amor no outro, mas vazia e dependente fica nossa alma. Mais instável e insegura. Pode tornar-se um buraco sem fundo, insaciável. Creio profundamente, que o que realmente preenche nossa alma é a prática de amor. Se for incondicional, melhor ainda. É claro que é uma prática que exige muita disciplina e força de vontade.
A prática do amor é um exercício que se inicia, aprendi, pelo perdão. Se não sabemos perdoar, dificilmente saberemos amar. Porque amar o outro, envolve entrega nem sempre recompensada. Devemos entender que nenhum de nós está pronto para não errar, para não machucar as pessoas ao nosso redor. Por isso, também sofreremos com os erros dos outros, também seremos machucados por aqueles que amamos.
Alguns podem se perguntar: isso significa suportar tudo? A minha resposta é não. Outro ponto que aprendi foi que amor é diferente de relacionamento (amoroso). Amor é doação. Relacionamento é troca. Você pode amar uma pessoa a vida inteira e optar por não se relacionar com ela, porque percebe que não está pronta para viver um amor no nível de compromisso que você deseja, por exemplo. Ou, você pode amar uma pessoa e desejar não manter a relação porque os valores que a regem não são coerentes com os seus.
O amor perdoa tudo mas o relacionamento tem limites. Ou deveria ter. O limite, penso eu, é teu próprio bem-estar. Tua saúde mental, física e emocional.
Optar por se relacionar, significa conviver e estabelecer premissas de vida que devem ser honradas por cada um para que o relacionamento siga em frente saudavelmente.
Mas amar é entregar, doar, perdoar, aconchegar. É desejar e fazer o possível para que outro seja feliz. Sem condições. Amor incondicional. É o que o Mestre Jesus, Buda e Maomé nos ensinaram.
Que tal praticar e viver essa energia?
Boa semana para todos.
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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