Aprendi que todos nós temos um ritmo interno e que quando estamos desalinhados com esse ritmo, adoecemos. Também aprendi que o ritmo interno conduz nossa forma de agir no mundo e transforma conceitos gerais em pessoais fazendo com que tenhamos um jeito de ser e agir no mundo. Outro aprendizado é que a busca pelo nosso próprio ritmo, significa a busca pela nossa própria essência e ,conhecê-los, nos integra e nos fortalece.
Temos falado aqui sobre essência mas vocês podem estar se perguntando, o que é ritmo interno? Primeiro são coisas distintas porém interligadas. Vamos às explicações: no nosso sempre aliado dicionário Aurélio, ritmo está descrito como “sucessão de tempos fortes e fracos que se alternam com intervalos regulares na natureza e nas artes; cadência, compasso“.
Ritmo interno, como as várias tribos nativas norte-americanas, de onde aprendi o conceito, explicam, refere-se a cadência que nosso ser – essência – tem para estar e viver no mundo. Vou dar um exemplo para facilitar: ouço muitas pessoas pedirem paz nos nossos estudos de campo e isso me faz pensar constantemente o que significa a paz para essas pessoas. Provavelmente para a grande maioria signifique: cenas bucólicas, pessoas relaxando, ambientes calmos. Sendo assim pessoas animadas e divertidas têm dificuldade em se ver nesse estado, ou mesmo quererem estar nele. Buscam a paz, mas pensam que não estejam prontas, para vivencia-la.
Sem dúvida o conceito de paz está associado à serenidade – aliás prefiro este termo – e a serenidade é uma forma de se estar no mundo, portanto poder ser um tipo de ritmo interno. Neste sentido, está correta a imagem associada à paz. Mas existe uma outra forma de serenidade, aquela que vem da confiança de se saber quem se é: estar em contato com sua essência. Neste caso, serenidade depende menos de nosso estado de espírito e de nosso ritmo interno. Pessoas com ritmo vibrante por natureza podem viver serenamente de forma acelerada. Conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo porque a agilidade mental lhes permite decidir e agir rapidamente. Elas não estão no looping mental alopradamente, elas simplesmente, são mais ágeis.
Ainda confuso? Não se preocupe esta semana trataremos do ritmo interno atendendo um movimento humano que percebemos nos nossos estudos: o desejo das pessoas de desacelerar. Será que é isso? Ou será que as pessoas estão querendo entrar em contato maior com sua essência e viver com maior serenidade?
Boa semana a todos!
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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