Sabe aquela fase em que tudo parece meio sem graça, em que você sente até saudades de dar uma gargalhada, pois nem se lembra a última vez que isso aconteceu? Se sente chata, fora de contexto e a única música que lhe vem a cabeça é aquela que diz: “socorro não estou sentindo nada”? Pois eu chamo essa fase de “hora de mudar o vaso”.
Não sou especialista em jardinagem, mas me orgulho das minhas plantinhas – muitas das quais estão comigo já faz muitos anos. Aprendi com elas que nem sempre estar murcha e sem brilho significa estar sem água ou sendo mal-tratada. Às vezes elas se desenvolveram tanto que estão precisando expandir suas raízes, se aprofundar mais na terra e o vaso as limita. Desde então tornou-se uma prioridade para mim trocar as plantas do vaso quando elas precisam de mais espaço. Confesso que já fiz bobagens, como por exemplo, trocar uma planta de um vaso pequeno para um vaso enorme. Ela não deu conta de todo o espaço, terra, adubo que coloquei ali. Quase matei a coitada!
Um dia pensei comigo: acho que estou precisando “me” trocar de vaso também. Mas de novo cometi um erro: fiquei obcecada pela ideia. O que significava trocar de vaso para mim? Mudar de emprego, de marido, de casa, de cidade, estado, país? Virar hare krishna, monja? Me perdi nos devaneios de me trocar de vaso. Então me lembrei do meu “quase” assassinato da plantinha que foi parar no vaso grande. Eu não precisava fazer nenhuma mudança gigante. Eu precisava entender minhas necessidades.
Fui buscar respostas dentro de mim: o que estava chato? O que estava fazendo com que o meu sorriso (que é bem frouxo) não aparecesse? Senti que a rotina estava fazendo isso. Todos os dias o mesmo caminho, as mesmas pessoas, o mesmo horário, o almoço no mesmo lugar, a vidinha toda tão organizada que ficou assim….morno. Era confortável, mas não tinha brilho. Então senti que precisava só fazer coisas diferentes: mudar o caminho do trabalho, andar a pé, passar a fazer meus próprios arranjos de flores, cozinhar, ir a feira em plena sexta-feira.
Depois expandi a experiência: pedi um desafio novo na agência, fiz alguns cursos ligados ao meu mundo profissional, mas não exatamente a minha função. E agora sigo assim: expandindo minhas raízes no dia a dia. Tento me movimentar, não me acomodar, mesmo que isso seja muito gostoso e tentador.
Falando assim parece até que sou expert no assunto, mas não sou. A última vez que senti tudo chatinho na minha vida faz muito pouco tempo. O que me incomodou mesmo desta última vez é que passei anos sentindo isso! A n o s! Nem eu acredito! Uma coisa tenho certeza: nunca mais vou deixar isso acontecer! Mudarei de vaso todos os dias se preciso for! Desde então tudo parece mais colorido, mais vivo, mais poderoso.
O incrível é que, assim como uma planta linda é super notada e aquela meio mortinha passa desapercebida, a mesma coisa acontece conosco. É impressionante o efeito da energia que está em nós! Mude seu vaso sempre que for preciso. Não tenha preguiça. Faça disso uma prioridade. Você vai sentir na pele os efeitos!
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