05 may 2020(Português) Ele não cumpre as promessas de melhoria na relação. Desistimos ou insistimos?
(Português) Há tempos acompanho como as mulheres – e os homens – vêm se sentido. Em 2010 as mulheres estavam numa contradição: por um lado carregavam o discurso de autossuficiência e poderosas, embaladas pela mídia e pelo discurso feminista que se tornava mais atuante. Por outro lado, sentiam-se tristes e raivosas pela perspectiva de não conseguirem um companheiro em quem pudessem confiar e se entregar. Sentiam que se fortalecendo como mulheres e colocando novos limites de respeito, havia grandes chances de ficarem sozinhas.
Leia mais(Português) Vivendo o isolamento semana após semana e notando as suas implicações na vida das pessoas, faço parte do grupo de pessoas e estudiosos que acredita que a nossa sociedade irá mudar pós-pandemia da Covid-19. É comum quando pensamos na sociedade, o fazer como se ela fosse um bloco. É comum que usemos a bolha na qual vivemos como referência exclusiva da realidade de todos. Como pesquisadora me obrigo a fazer o exercício de estratificar e separar em grandes grupos nossa sociedade. Olhar as diferenças e aplicar em cada segmento o mesmo assunto para pensar como cada um reagiria ao mesmo estímulo. Porém, talvez por sofrer também, os efeitos do isolamento terminei pensando na sociedade como um bloco, minimizando as diferenças dos efeitos, até o momento que li a entrevista que a atriz Tais Araújo concedeu à jornalista Monica Bergamo, publicada na Folha de São Paulo.
Leia mais(Português) Quando meu marido tornou pública a sua decisão de deixar o grupo em que trabalha há 8 anos e iniciar um novo caminho, talvez, pensava na época, no mundo empresarial. Fiquei muito orgulhosa pela sua decisão, mais ainda, por conseguir compreender todas as implicações existentes na decisão de um homem, responsável e maduro como ele, ao deixar o que é considerado seguro, seu emprego, pelo incerto, o seu futuro.
Leia mais(Português) Tenho pensado nas consequências emocionais e comportamentais do período de isolamento por conta da Covid-19 nas nossas vidas. Por mais que não percebamos, semana após semana isolados, mudamos. E isso influenciará o relacionamento com o trabalho executivo. Nossa rotina e forma de agir no mundo corporativo foi virada de cabeça para baixo e talvez nem notamos. Nossas prioridades ficaram confusas e nossas certezas jogadas ao rio que corre solto em direção a algum destino que desconhecemos. Só isso já cria uma instabilidade emocional que nem todos têm capacidade de aguentar e, muito menos, lidar. Alguns de nós se apoiam na ideia de que voltarão e retomarão a vida no ponto que parou. Impossível. Especialmente para as executivas que são mães.
Leia mais(Português) No domingo de Páscoa com o mundo silencioso em função a pandemia da Covid-19, fiquei emotiva. Assisti compenetrada ao concerto do tenor Andrea Bocelli feita na Catedral Duomo em Milão. E pensei. Pensei em todas as famílias separadas por conta do isolamento que não puderam se abraçar nem compartilhar a festa dos ovos de Páscoa. Pensei nas mortes que assolam famílias pelo mundo inteiro. Pensei em famílias que ficaram com o corpo inerte de seu ente querido por dias, até as autoridades poderem ir buscar, dada o volume de mortos. Pensei na imagem que vi do Equador, com as pessoas deixando os corpos na rua porque não há serviço de retirada. Pensei na vala comum que foi criada próximo a Nova York. Pensei nos vulneráveis que nem comida têm, imagina ter sabão e álcool gel. Pensei nos profissionais que estão de cara com a doença todo dia se expondo e expondo suas famílias pelo bem da sociedade. Pensei, meditei e orei. Foi aí que que fiz algo que faço desde pequena quando a situação me dói muito: vou para um futuro imaginário. Intencionando que se torne verdade.
Leia mais(Português) Tenho escrito alguns posts pensando nas mulheres executivas. Neste texto decidi ampliar o foco porque o momento é de reflexão e de fazer escolhas. Tanto no nosso microcosmo como em nossa sociedade. E essa avaliação também recai sobre o lugar ao qual dedicamos nossos esforços profissionais. O lugar de onde obtemos nosso sustento e que contribui fortemente a formatar nossa visão de mundo. Queiramos ou não, as culturas da empresa em que atuamos e o setor ao qual ela pertencer vão nos moldando, mesmo sem percebermos. Por isso a pergunta: como sua empresa atua em períodos confusos, como esse da pandemia Covid-19? Como age com seu público interno – você e seu colegas – e a sociedade? Belo momento para avaliar os valores que de fato regem a sua corporação. Em épocas como a que estamos vivendo, nada fala mais sobre valores e cultura organizacional do que as ações.
Leia mais(Português) Copiei o título do meu texto de um filme de 1985 que me marcou bastante. O copiei porque considero que estejamos vivendo mundialmente o início de um novo ciclo. Em janeiro deste ano enquanto viajava pela Índia fui refletindo sobre como um país tão autêntico e singular ao ponto de ser extremamente característico, podia, ao mesmo tempo, apresentar tantos contrastes. Por um lado, tanta riqueza cultural e por outro, tanta miséria. Tanta sabedoria e ao mesmo tempo, tanta falta de infraestrutura. Tanta amorosidade, delicadeza e doçura e tanta agressividade contra às mulheres e crianças. Tanta tecnologia e ao mesmo tempo, tanta precariedade. Lembro que num dos textos que escrevi sobre minha experiência, disse que a Índia tinha o mundo todo nela. Conhecer a Índia, de certa forma, é conhecer o mundo que criamos, só que sem disfarces. Sem periferias afastadas para que possamos fingir que elas nã
Leia mais(Português) Existe o antigo ditado que diz: «onde se ganha o pão não se come a carne». Desde que aumentamos enlouquecidamente as horas de trabalho, o pão e carne dividem o mesmo espaço. Não poderia ser diferente: para quem se dedica intensamente a sua carreira profissional, os lugares de maior interação social são, quase na sua maioria de vezes, o ambiente de trabalho e estudos. Ao mesmo tempo, não existe ponto mais cruel do que o sexo e amor para trazer a tona o machismo corporativo.
Leia mais(Português) Logo no início do avanço da Covid-19 em São Paulo, dispensamos nosso braço direito e funcionária do nosso lar para evitar expô-la e nos expor desnecessariamente. Isso fez com que iniciássemos uma rotina – ou pelo menos começássemos a criá-la – de organização e limpeza para evitar acúmulos e sujeiras. Ao mesmo tempo, decidi que iria organizar armários e arquivos. Fazer uma bela limpeza, jogar fora papéis e objetos que não tivessem mais valor. A final, teria mais tempo livre. Ledo engano. Estou trabalhando mais do que antes e meus dias andam bem cheios e cansativos. O que me fez pensar em minha própria atitude perante o meu lar.
Leia mais(Português) Quando converso sobre feminismo com executivas fica nítido para mim o incômodo que causa esse conceito. Vejo que para a maioria existe o desejo de não ser associada a ele especialmente dentro da organização na qual trabalha. Ser vista como feminista é como se escolhesse colocar um chapéu que tenha escrito: problema. E, provavelmente, ela tenha razão.
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