Quando vi a foto da Primeira Ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardem, com seu bebê de 3 meses na Assembleia da ONU tive duas reações quase simultâneas: a primeira, alegria de ver uma mulher que deseja subir na carreira e poder fazê-lo sem ter que ficar longe de seu filho muito tempo, se assim o quiser. A segunda, preocupação sobre o quê os extremistas de plantão, para ambos lados da corda bamba em que nos encontramos, iriam fazer com essa imagem para incendiar mais o ambiente político do país.
A situação está tão absurda que seria cômica se não fosse tão triste. Os fake news se espalham tanto pela ignorância das pessoas como pelo seu desejo que elas sejam verdades. Vi um post que acusava a revista The Economist de esquerdista por criticar Bolsonaro. A revista mundialmente reconhecida como apoiadora de ideias liberais, chamada de esquerdista. Até eles devem ter ficado chocados. É de chorar.
Estamos a poucos dias de uma eleição importante neste momento político, social e econômico do Brasil. E o que eu percebo nas redes sociais? Loucura. Desequilíbrio que caminha para agressões. Podem me dizer o que quiserem: estão cansados, querem justiça… o que quiserem. Para mim nada justifica incentivar a violência. Contribuir propositalmente para gerar maior desequilíbrio. Nada.
Aprendi em tantos anos de estudo que quando estamos com uma polarização bem marcada, os extremos costumam ser muito parecidos. São dois lados da mesma moeda com formas e roupagens diferentes. Os valores que costumam guia-los são bem mais próximos do que as aparências apresentam. Infelizmente, no quadro atual temos uma polarização nos dois primeiros lugares nas pesquisas eleitorais. Eles, junto com parte de seus seguidores estão ajudando a desestabilizar mais e mais este país. Por isso faço deste texto um pedido de reflexão especialmente para os pelo menos 50% de eleitores que não votam em nenhum dos dois.
Um chamado à maturidade e a necessidade de pensar com lucidez e amor – sim, porque o amor é fundamental para as tomadas de decisões relevantes nas nossas vidas. Seu candidato é seu candidato. Que ele seja por representar melhor sua visão de futuro deste país. Não há candidato perfeito e sempre faltará algo, mesmo assim escolha aquele que tenha mais sintonia com seus valores. Não escolha pelo medo. Não escolha pelo oposto. Não escolha pela possibilidade de ganhar ou não a eleição. Vote com a sua verdade. Naquilo que você acredita ser melhor para este país.
E contribua para acalmar, para tornar o ambiente o mais positivo possível. Numa democracia até os loucos têm voz. Quando essa voz é usada para levar mais pessoas aos extremos cria-se um estado de quase histeria. Nada de bom acontece numa ambiente assim. Vamos trabalhar para que possamos ter o país que tanto dizemos querer. Vamos fazer a nossa parte e viver a paz que tanto dizemos sonhar.
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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