Quando penso em diferenças a primeira coisa que me vem a cabeça são pessoas. Como não acreditar que o primeiro desafio do diferente é exatamente o outro, nosso irmão, semelhante, que está ao nosso lado, a nossa volta, na nossa casa, no condomínio, prédio, quadra, cidade, mundo? Isso me leva a pensar em convivência.
Este hábito, tão comum, afinal vivemos em sociedade, pode nos trazer os aprendizados mais honrosos que podemos ter. Paciência, aceitação de pontos de vista variados, amor incondicional, desapego, bom humor são apenas alguns deles.
Estou eu aqui pensando onde este texto vai dar e, por um instante paro para ver se é hora de apagar tudo e começar de novo ou continuar do jeito que está. Me desculpem o trocadilho, mas resolvo “conviver” com o texto do jeito como está, embora ainda me sinta bastante desconfortável com ele. Normalmente eu tenho uma história para contar a respeito do tema, mas para ser sincera, hoje nada me vem a cabeça.
Começo a pensar no momento atual e me pergunto: como tenho convivido com as pessoas? Por estar trabalhando em casa tenho estado com menos gente do que costumava e a resposta que tenho para a pergunta é que ando meio irritada com todos. Qualquer pensamento diferente do meu tem o poder de me contrariar, por mais insignificante que seja o assunto. Isso na verdade é novo para mim, pois uma das minhas características é a flexibilidade e a “convivência fácil”. Não fazia força para isso. Aceitava pacificamente o pensamento, desejo, manifestação do outro. Agora eu ainda aceito, por continuar querendo a paz, mas tenho que contar até 10 ou respirar fundo para que isso aconteça. E, algumas vezes, nem consigo ser tão sublime assim, tendo reações bem adversas.
O que mudou em mim? Pode ser que a minha atual fase, onde o nível da ansiedade, entre outras coisas, esteja me abalando, e isso me torna mais agressiva comigo mesma e com o outro. Mas sinto que tem outra coisa: conviver com o diferente também é um exercício, um treinamento, por assim dizer. Se não exercitamos continuamente ficamos mais enclausurados em nós e menos receptivos. Por isso sinto que é hora de voltar a um lema que usei quando cheguei em São Paulo e precisava me adaptar a cidade. A qualquer convite que me fizessem, eu dizia: EU VOU. É hora de começar a “ir” de novo.
Para fechar o assunto busquei uma animação da pixar que lembro ter assistido no cinema, anos atrás, e que encontrei no youtube. A convivência e as diferenças de um jeito muito fofo para refletirmos a respeito.
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