Há anos, numa época que a behavior trabalhava com consultoria em dados secundários, tivemos a demanda para realizar projetos em duas empresas com perfis totalmente diferentes embora os projetos tivessem objetivos similares. Uma das empresas procurava um grande modelo analítico e queria envolver toda a corporação, a outra, pediu para iniciarmos com um piloto, e quando sugeri chamar alguns parceiros de banco de dados para nos dar apoio, a líder do projeto me disse: “Aqui aprendemos que o melhor caminho a seguir sempre é do mais simples ao complexo. Vamos de excell neste momento“.
Na época, bem jovem como era, achei estranho e devo confessar que o simples soou como simplório. Ledo engano. Adivinhem qual projeto foi para frente e se tornou uma grande fonte para a corporação?
Lembrei agora uma outra situação que vivi no início da behavior: domingo, abro a porta da nova sala que viraria a ser a minha e vejo muitas caixas, plantas, móveis, tudo bagunçado. A vontade era fechar a porta e chamar algumas pessoas para me ajudar, ou talvez a arquiteta, ou talvez um amigo, ou… sair correndo. Pensei no tempo que iria perder e as coisas mais importantes que iria deixar de fazer para arrumar tudo. Mas ao invés disso respirei fundo fui num canto de costas para o resto e comecei a arrumar até, muitas horas depois, cheguei ao extremo oposto da sala com ela totalmente arrumada e pronta para começar minha nova semana de trabalho.
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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