Pensei no tema da liberdade para falarmos esta semana porque é um aspiracional bastante mencionado no estudos da behavior. Todo mundo quer ou disse querer mais liberdade na sua vida. Sinceramente, não sei se todos suportaria tanta liberdade.
O que eu vejo no dia a dia, na minha observação de pesquisadora é que poucos conseguem viver com tanta liberdade. Precisam do apoio do outro, a cumplicidade do outro, especialmente, dividir as responsabilidades.
Penso que temas, como da liberdade, permeiam nossa mente para nos distrair e nos trazer a percepção da falta de algo. Por um lado, isso pode nos mover para frente. A insatisfação, assim como a escassez, promovem a saída da zona de conforto. O que considero bastante positivo e deveria ser buscado sempre, caso a evolução seja um objetivo seu. Mas, há um limite. E o meu limite está quando a idealização ilusória toma conta de mim. Neste caso, a insatisfação é permanente e a busca por algo a mais é insaciável porque, simplesmente, é ilusória.
Entendo por idealização ilusória quando não vemos o todo. Só enxergamos a parte que nos interessa. É isso para mim não é liberdade, mas auto-engano. Prisão. A grande dificuldade é sair da ilusão. Aprendi que ela é criada muito mais em função das nossas dores do que das nossas alegrias. A raiva que é gerada pela dor que sentimos, faz com que percebamos a realidade de uma forma distorcida.
Para abrir mão da ilusão, provavelmente teremos que cuidar das nossas raivas e para isso, e aqui está a parte mais difícil, cuidar das nossas dores.
Entendo por liberdade o exercício do meu ser, o mais pleno possível, na sociedade onde, por liberdade, resolvi viver.
E para exercer nosso ser, na maior plenitude possível, precisamos olhar para dentro e cuidar de nossas alegrias e nossas dores. É nos libertar da prisão que nossa mente criou. E assim, poder viver aberto as novas experiências. Construindo o novo a partir do agora.
Para mim, isso concretiza viver em liberdade.
Falaremos mais sobre isto durante esta semana.
Boa semana!
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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