Tinha a intenção de escrever sobre um tema bem diferente hoje, mas passei o dia todo com a ideia na cabeça e não achando tempo para depurar o texto. Quem acompanha o blog diariamente deve ter percebido que estou bem atrasada. Por isso o tema de hoje, na última hora, se tornou outro. 

Há 4 meses estou planejando, negociando e me preparando para mudar minha forma de trabalhar na agência em que estou já faz 8 anos. Continuarei lá, mas serei consultora e, desta forma, terei dois dias livres na semana. Está é uma mudança gigantesca para mim – talvez até maior do que quando resolvi trocar Curitiba por São Paulo. Falo isso porque desde os 16 anos de idade eu trabalho loucamente. A minha carreira sempre teve um peso muito grande na minha vida e me dar ao direito de ter dois dias livres, para me dedicar a outros assuntos é, no mínimo, uma grande novidade. A verdade é que tudo ainda me parece bem assustador. Mas este assunto, especificamente, merece um texto mais elaborado para explorarmos em outro momento, pois ainda não me sinto preparada para falar sobre essa decisão, suas causas e consequências. O que interessa agora é que esta semana (2 a 6/9/2013) é a primeira neste novo formato. Como eu já mencionei, passei os últimos 4 meses esperando, de certa forma, por este momento! Por isso este é o assunto de hoje: expectativas. 

Foi tanta espera e simplesmente está saindo tudo diferente do que imaginei. Estou trabalhando mais do que normalmente trabalho. Em partes porque realmente estou com uma demanda muito grande e em partes porque, é claro, ainda estou me adequando a vida nova e, portanto, nada mais natural do que estar meio fora de foco. Mas mesmo sabendo disso, eu voltei para casa, agora a pouco, me autoflagelando por não estar dando conta da semana e, principalmente, por não estar insanamente feliz e aproveitando horrores esta nova fase da minha vida. Tive muita vontade de chorar. Uma coisa meio de menina mimada mesmo. Chorar sem motivo. Chorar por estar ansiosa, por estar me sentindo estranha. Chorar sei lá por quê. 

Foi então que entendi que me entreguei a uma expectativa tão grande e o fato de não acontecer como eu imaginava está me frustrando muito além do que eu poderia imaginar. Senti, então,  que tudo que poderia fazer neste momento era me acolher delicadamente, ao invés de me sentir tão culpada. Está tudo certo. Eu escolhi este caminho e ele mal começou. Sei que não vai ser fácil e este foi um dos motivos que me fez optar por ele. 

É natural ficarmos frustrados quando algo não sai como gostaríamos. Mais do que isso: é humano! Mas não paramos para entender nossos sentimentos em meio a tantos compromissos, entregas e responsabilidades. Assim vamos acumulando nossas angústias e decepções. Vamos ficando amargos e sem cor. O que aprendi e, por isso compartilho, é que precisamos agir sim, ir em busca do que desejamos, mas o caminho desconhecido é parte da beleza de seguir em frente, com coragem e determinação.

E que deus me proteja nesta nova fase. Vai ser uma aventura e tanto. Eu creio! Eu quero! Eu vou. E amanhã falaremos de sexo – que era o verdadeiro assunto de hoje.

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