Até semana passada eu não fazia ideia de quem era Andressa Urach até que ela passou a circular nas timelines das minhas redes sociais. Para aqueles que, como eu, não se apegam muito ao mundo das celebridades  explico rapidamente o que aconteceu: a moça é modelo e apresentadora (é o que eu sei a respeito dela agora). Pelo que apurei ela fez aplicação de hidrogel nas pernas há 5 anos e, no último mês de julho, passou a sentir dor nas pernas. Os médicos descobriram que ela está com uma infecção generalizada por conta da aplicação do tal produto e semana passada foi internada em estado grave. Hidrogel é uma coisa que até pouco tempo também não sabia do que se tratava. Só soube depois o noticiário começou a mostrar que uma outra mulher morreu após aplicar o “famigerado” produto. Mas este é só o vilão do momento. Lipoaspiração e outros procedimentos estéticos já fizeram – e ainda fazem – suas vítimas. O assunto aqui não é este. 

Como estamos fazendo a retrospectiva dos Movimentos Humanos que ficaram mais evidentes durante este ano, estamos abordando esses temas e, o primeiro deles, fala A MULHER PODEROSA QUER AMAR E ABRIR MÃO DO PODER MUITAS VEZES SOLITÁRIO. Desde ontem estou fazendo uma intensa pesquisa sobre o tema e foi aí que a Andressa começou a “brotar” nos meus pensamentos. A verdade é que desde que ouvi falar sobre este caso, algo me incomodava. A moça estar em coma pelo motivo que está, incomoda qualquer um, mas o meu desconforto vinha de outro lugar: as selfies dela que estão espalhadas entre imprensa e redes sociais. Selfie, por si só, me incomoda. Especialmente as selfies femininas, pois muitas vezes me passam a sensação da mulher poderosa, devoradora de homens, mostrando empáfia e poder. Fato: todo início de uma era (ou fim) traz um momento caótico – entre o novo e o antigo. Mas, para mim, que já estou lidando na prática com a mulher que está se “desmontando” é cada vez mais estranho o olhar contrário. Não por julgamento, mas por estranhamento. 

Na verdade, hoje, eu estranho até mesmo o meu passado de mulher poderosa também. Fico espantada com o que fiz comigo mesma há 10 anos, por exemplo. Queria emagrecer e tinha uma meta: pesar 57 quilos. E por que exatamente 57 era o meu número mágico? Simplesmente porque quando eu tinha 16 anos um professor de academia fez uma conta perguntando o meu peso e altura e disse que o meu peso ideal era esse. Na época eu deveria ter uns 70Kg! Desde então passei a buscar o  “peso ideal” que nunca conseguia ter.  Mas desta vez, aos 30 e poucos anos, eu estava determinada a conseguir. Fui para academia, lugar que sempre detestei, contratei um personal trainer, massagem, nutricionista, grupo de corrida. Comia pouco, malhava muito. Perdi 20 quilos e sim, cheguei na meta dos 57 quilos! A loucura é que eu associei este peso a conquista de tudo que eu queria, inclusive homens me desejando. Eu estaria no paraíso quando a meta fosse alcançada. Mas isso não aconteceu. A meta tão almejada por anos, simplesmente não me trouxeram a felicidade prometida. Desesperada, mais eu me montava usando o poder para, loucamente ir ao alcance do que eu tanto desejava. Quanto mais tentava, mais sozinha ficava. E quer saber? Fiquei feia também, afinal, sou uma mulher de 1,70m de altura, quadril largo, ossos com densidade pesada. Definitivamente 57 quilos não é o meu peso ideal. É muito pouco. Fiquei com cara de doente. Estava doente, de certa forma.
Mas não me arrependo de ter conquistado a meta pretendida. Provavelmente estaria atrás disso ainda hoje se não tivesse conseguido o que queria. Talvez estivesse buscando a fórmula mágica do momento (como o hidrogel, por exemplo) e, quem sabe, até com problemas sérios por causa disso. Acontece. Estamos todos em busca do nosso caminho e, o percurso é feito de muitas escolhas, erros e acertos. O importante é seguir em frente – rumo a nova era.