Como estamos fazendo a retrospectiva dos Movimentos Humanos que ficaram mais evidentes durante este ano, estamos abordando esses temas e, o primeiro deles, fala A MULHER PODEROSA QUER AMAR E ABRIR MÃO DO PODER MUITAS VEZES SOLITÁRIO. Desde ontem estou fazendo uma intensa pesquisa sobre o tema e foi aí que a Andressa começou a “brotar” nos meus pensamentos. A verdade é que desde que ouvi falar sobre este caso, algo me incomodava. A moça estar em coma pelo motivo que está, incomoda qualquer um, mas o meu desconforto vinha de outro lugar: as selfies dela que estão espalhadas entre imprensa e redes sociais. Selfie, por si só, me incomoda. Especialmente as selfies femininas, pois muitas vezes me passam a sensação da mulher poderosa, devoradora de homens, mostrando empáfia e poder. Fato: todo início de uma era (ou fim) traz um momento caótico – entre o novo e o antigo. Mas, para mim, que já estou lidando na prática com a mulher que está se “desmontando” é cada vez mais estranho o olhar contrário. Não por julgamento, mas por estranhamento.
Na verdade, hoje, eu estranho até mesmo o meu passado de mulher poderosa também. Fico espantada com o que fiz comigo mesma há 10 anos, por exemplo. Queria emagrecer e tinha uma meta: pesar 57 quilos. E por que exatamente 57 era o meu número mágico? Simplesmente porque quando eu tinha 16 anos um professor de academia fez uma conta perguntando o meu peso e altura e disse que o meu peso ideal era esse. Na época eu deveria ter uns 70Kg! Desde então passei a buscar o “peso ideal” que nunca conseguia ter. Mas desta vez, aos 30 e poucos anos, eu estava determinada a conseguir. Fui para academia, lugar que sempre detestei, contratei um personal trainer, massagem, nutricionista, grupo de corrida. Comia pouco, malhava muito. Perdi 20 quilos e sim, cheguei na meta dos 57 quilos! A loucura é que eu associei este peso a conquista de tudo que eu queria, inclusive homens me desejando. Eu estaria no paraíso quando a meta fosse alcançada. Mas isso não aconteceu. A meta tão almejada por anos, simplesmente não me trouxeram a felicidade prometida. Desesperada, mais eu me montava usando o poder para, loucamente ir ao alcance do que eu tanto desejava. Quanto mais tentava, mais sozinha ficava. E quer saber? Fiquei feia também, afinal, sou uma mulher de 1,70m de altura, quadril largo, ossos com densidade pesada. Definitivamente 57 quilos não é o meu peso ideal. É muito pouco. Fiquei com cara de doente. Estava doente, de certa forma.
Mas não me arrependo de ter conquistado a meta pretendida. Provavelmente estaria atrás disso ainda hoje se não tivesse conseguido o que queria. Talvez estivesse buscando a fórmula mágica do momento (como o hidrogel, por exemplo) e, quem sabe, até com problemas sérios por causa disso. Acontece. Estamos todos em busca do nosso caminho e, o percurso é feito de muitas escolhas, erros e acertos. O importante é seguir em frente – rumo a nova era.
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