Hoje tive meu dia de shopping center. Dediquei exatas 3 horas para fazer algo que realmente não me agrada: passear num shopping center em busca de uma peça de vestuário.
Nessas 3 horas entrei em praticamente todas as lojas que vendiam sapatos no shopping que escolhi. Isso, claro, foi possível porque quando o assunto é comprar vestuário, costumo ser bastante objetiva.
Buscava um sapato dourado – achei poucos – e com um salto que não fosse muito alto – já que gosto de poupar minha coluna – e foi quase impossível. O motivo? Esse salto e essa cor parecem não estar na moda. Conclusão: uma unica opção, que infelizmente, não gostei.
Me deslocando para minha próxima reunião pensei sobre minha experiência: o shopping que escolhi é um dos mais completos da cidade, portanto opções havia aos montes, mas então porque não consegui? Um dos principais motivos que detetei é que independente do preço – e claro a qualidade inserida nele – os modelos são MUITO parecidos.
Fala-se tanto de que a moda hoje permite ‘de tudo’, que devemos seguir nosso estilo para mostrar a ‘nossa personalidade’ mas a sensação que tive hoje é que as pessoas fazem variações de poucos modelos pré-estabelecidos. É claro que estou falando aqui da moda oferecida para o público geral que freqüente um shopping de classe média alta.
Esse ‘shopping’ me levou a reflexão sobre porque queremos tanto sermos parecidos uns com os outros e, contraditoriamente, temos o discurso constante de que somos diferentes e únicos? Porque queremos tanto seguir uma moda padrão e, ao vesti-la, além de nos sentir ‘dentro do grupo almejado’, nos sentimos expressando a nossa ‘única’ personalidade?
Respostas mais elaboradas virão, mas é claro que estamos numa busca de identidade num mundo novo em construção, no qual códigos passados parecem não servir mais, e códigos novos ainda nem sempre nos dão o conforto se assumi-los. Para isso nada melhor do que seguir o padrão estabelecido, mesmo que ele nos faça parecer um grupo de carneirinhos que fazem uma ou outra tosagem diferenciada achando-se diferentes, mas para quem está de fora, são todos carneirinhos.
Nada contra carneirinhos, nada contra a moda que tanto impulsiona o mundo, mas tudo contra nossa falta de reflexão sobre nossa forma de nos apresentar ao mundo.
Esse ‘shopping’ me levou a reflexão sobre porque queremos tanto sermos parecidos uns com os outros e, contraditoriamente, temos o discurso constante de que somos diferentes e únicos? Porque queremos tanto seguir uma moda padrão e, ao vesti-la, além de nos sentir ‘dentro do grupo almejado’, nos sentimos expressando a nossa ‘única’ personalidade?
Respostas mais elaboradas virão, mas é claro que estamos numa busca de identidade num mundo novo em construção, no qual códigos passados parecem não servir mais, e códigos novos ainda nem sempre nos dão o conforto se assumi-los. Para isso nada melhor do que seguir o padrão estabelecido, mesmo que ele nos faça parecer um grupo de carneirinhos que fazem uma ou outra tosagem diferenciada achando-se diferentes, mas para quem está de fora, são todos carneirinhos.
Nada contra carneirinhos, nada contra a moda que tanto impulsiona o mundo, mas tudo contra nossa falta de reflexão sobre nossa forma de nos apresentar ao mundo.
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
2 Comments
Concordo plenamente. Engraçado como me identifiquei com a experiência vivida e a reflexão...
Linda você.
Bjs
É engraçado mesmo, no fim hoje é até um privilegio ouvir que você está 'fora de moda" rsrsr bjs
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