O que me levou a iniciar este blog, em 11 de junho de 2013 foi a consciência que estava se acentuando de forma dramática o processo de transição que como sociedade estávamos vivendo e que a maioria das pessoas compreendia pouco sobre o que estava acontecendo com sua vida; e, o que mais me comoveu, que esse não saber, gerava dor.
Foi assim quando captamos no Projeto Mulheres em 2010 que as mulheres todas poderosas e donas de si, estavam tristes ao constatarem que chegaram onde almejavam e, mesmo assim, continuavam infelizes; quando ouvimos os homens, no Projeto Homens em 2011, e captamos que eles estavam acuados por essa mulher poderosa mas conscientes que não queriam voltar a ser os patriarcas na sociedade, embora não soubessem bem ao certo o que desejavam da vida. Além da certeza de que a mulher e o homem contemporâneo brasileiro estavam sofrendo, mesmo com o auge econômico e o Brasil bombando na mídia, ficamos convencidos que uma mudança estrutural profunda estava acontecendo.
Mesmo com aqueles que levantam a bandeira da retomada de modelos antigos como solução aos problemas sociais; estava claro para nós que o movimento de sair da fôrma, do molde que formatou por séculos o que era ser mulher e o que era ser homem, era um caminho sem volta. A este movimento humano chamamos de desestruturação.
Ao longo desse ano e dois meses falamos basicamente sobre a desestruturação. O que é, como opera, como afeta nossas vidas no cotidiano. Falamos sobre nossas resistências às mudanças. Geramos reflexão sobre o que cria nossas “verdades”, nossas crenças, como elas são criadas e como lidar com elas para poder se abrir ao novo.
Falamos quais são os caminhos que o feminino e o masculino contemporâneo estão seguindo para se recriar. Trouxemos atitudes do dia a dia que afetam as relações mulheres e homens, tentando mostra a um e ao outro, como o sexo oposto pensa na tentativa de contribuir com a relação a dois. Isso tudo porque identificamos outro movimento humano, o relacionamento romântico e companheiro. Caminho que as mulheres e homens estavam escolhendo para atravessar a crise.
Neste começo do segundo ano do blog, decidi falar sobre algo que no fundo é um dos pilares da grande transição que estamos vivendo: a mudança de conceito do que é o poder. Destrinchado no Projeto Uno, realizado pela behavior em 2013, este movimento humano, ao qual denominamos de poder isonômico, foca em como o poder conforme o conhecíamos, focado na estratificação e hierarquias está caindo por terra.
Vamos saber um pouco mais sobre isto?
Boa semana para todos.
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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