A capa da última Revista Época é dedicada a um tema semelhante ao que escolhemos para dialogar esta semana aqui no blog: Homens & Mulheres – O desafio desta relação. Li a matéria animada em busca de referências, mas ao terminar o texto, a única coisa que vinha a minha cabeça era: Mas será que isso é novidade para alguém? E era preciso uma pesquisa e um livro sobre o assunto? Veja: não estou desprezando nem a matéria, nem o livro, muito menos a pesquisa, mas não posso negar que esperava algo novo. Foi aí que entendi: a questão não é ter uma novidade, e sim, como se lida com o fato.
Mas vamos começar do começo: a pesquisa a que me refiro (e que referenda a matéria da Época) foi desenvolvida por John Gray (autor do famoso best-seller de autoajuda Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus). Foi realizada com 100 mil funcionários de grandes empresas. Sim, o número está correto: 100 mil funcionários! Além disso, Gray contou com a parceria de Barbara Annis, consultora famosa por resolver conflitos entre homens e mulheres em governos e grandes empresas (segundo a Revista Época). E mais: a dupla passou 25 anos estudando o assunto, enquanto viajavam pelo mundo fazendo oficinas, palestras e workshops. Vieram ao Brasil algumas vezes e estiveram também na Índia, Japão, Estados Unidos e Europa. No fim das contas lançaram um livro que, no Brasil, ganhou o título Trabalhando Juntos. Portanto, depois de tanto estudo, e de confirmar seus aprendizados tantas vezes no campo, eu não posso, simplesmente achar, que tudo que eles se dispõem a ensinar não tem valor.
Mas convenhamos, a conclusão que os dois pesquisadores trazem no livro, em resumo, é que os motivos para tantos desentendimentos está baseado em alguns pontos cegos – uma alusão aos retrovisores dos carros que nem sempre mostram aos motoristas tudo o que precisam ver, ou seja, a mente masculina na maioria das vezes não repara em ações que incomodam profundamente as mulheres e vice-versa. Muito bem. Gostei disso. Mas veja quais são os 8 “pontos cegos” mais comuns, resumidos em uma frase:
ELAS falam demais
ELES não ouvem as mulheres
ELAS querem mudar os homens
ELAS se sentem excluídas
ELES têm medo de falar com elas
ELES não valorizam as mulheres
ELAS são muito emotivas
ELES são insensíveis
Sério? Me fala uma coisa: tem algo nestas afirmações que você, seja homem, seja mulher, já não sabia? E sabe qual é, também de forma bem sucinta, o conselho para exterminar cada um dos conflitos? DIÁLOGO!
Ok! Estou sendo irônica! Mas é muito maluco ver como é difícil para nós, humanos, entendermos algo tão simples. Mais do que isso: é desafiador tomar uma atitude sensata, baseada no bom senso e amor ao próximo, quando se trata das diferenças entre os gêneros. Seja no ambiente profissional ou não.
Mas tem uma frase do John Gray na matéria que eu gostei muito e que pode servir como ponto focal para todos nós “homens e mulheres sempre serão diferentes. O nosso objetivo não é tentarmos ser iguais, mas entender as diferenças, respeitá-las e, juntos, criar algo melhor”. Lindo não? Eu acredito nisso.
Já a Barbara Annis disse: “Não saber como, e por que, homens e mulheres pensam e agem faz com que os pontos cegos venham à tona”. Cá entre nós…não é possível que seja tão difícil enxergar as diferenças, não é? Será que estou sendo otimista demais? Pode ser. Mas, para mim, parece que o que falta mesmo, na prática, muitas vezes é só boa-vontade! De ambas as partes.
É o que os autores do livro, mais simpáticos do que eu, chamaram de “inteligência do gênero: conhecer as diferenças entre a mente masculina e feminina e LEMBRAR essas diferenças na hora de interagir com o sexo oposto”. Resumindo: boa-vontade!
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