Escrever sobre o tema desta semana sem pensar no meu próprio momento é quase impossível. Na verdade eu preferia simplesmente contar uma história e me ausentar, mas nada me parece mais genuíno do que o meu próprio despertar. Então vamos lá.
Sabe aquela sensação de quando você toma relaxante muscular e depois que o efeito do remédio vai se desfazendo no seu corpo parece que seus músculos estão se esvaindo também? Pois é assim que me sinto. Eu tive um inverno bem rigoroso este ano. Muito tempo me foi dado para a reflexão e o descanso. Tive tempo para deixar ir tudo aquilo que já não me faz feliz. Sonhei e dormi infinitamente. Mas agora ainda não consigo despertar com todo vigor. Estou sonada, embora com muita vontade de agir. Isso me incomoda. Muito. No mundo físico sou daquelas que já acorda pela manhã a mil por hora e pronta.
Mas o despertar da minha alma resolveu me ensinar uma nova lição: o acordar com calma, com preguiça, ainda sem vontade. Por mais que a mente queira acelerar, coitada, esta batalha ela perdeu. É impossível. Mas e daí? O que estou aprendendo com isso?
Primeiro estou aprendendo a ter paciência. Preciso fluir com calma, no ritmo que o corpo me impôs. Tenho vontade de chorar. Sinto até raiva, mas de nada adianta.
O segundo aprendizado é o da consciência em si. Depois de tanta reflexão, de deixar ir tanta coisa, eu simplesmente quero voltar ao que era? Não! Claro que não. Então é hora de fazer diferente. De amadurecer com calma. De ir sentindo a realidade, apreciando a neve que ainda congela boa parte da minha alma.
Assim tenho vivido. Mais do que nunca. Com vigor. Com sentimento. E com gratidão, pois por mais difícil que esteja o aprendizado de tantas novidades, tudo tem sido rico e verdadeiro como tem que ser. Mas que é estranho é. Muito estranho.
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