Ontem foi um dia exaustivo para mim – tanto emocional quanto fisicamente. Acordei muito cedo, me preparei para uma entrevista importante e, no meio disso tudo, recebi duas notícias que me abalaram. Além disso eu sabia que teria uma agenda cheia no período até à noite.
Não estava fácil e no meio do dia eu já estava tão cansada que fui tomada por um mau humor sem tamanho. Quem me conhece sabe que dificilmente eu fico mal humorada. Mas sei bem que quando a gente está assim, costuma descontar na pessoa que está mais próxima e tentando te ajudar. Quem estava comigo era o meu companheiro de 8 anos. Ele me acompanhou na entrevista apenas para me dar apoio moral e ficou mais de uma hora passeando pelo shopping a minha espera. Isso porque ele tinha feito um treinamento de trabalho na noite anterior e praticamente não havia dormido. Mesmo assim soltei os cachorros nele.
À noite, depois de toda agenda cumprida, estava sozinha em casa, e muito chateada por ter brigado com ele. Comecei a refletir: sem dúvida eu não tinha motivos para brigar com ele, mas por outro lado, se ele me conhece bem (e conhece) sabe que eu não sou assim. Então também não devo brigar tanto comigo mesma. Foi só um dia difícil. Respirei fundo e liguei para ele. Sem dramas, nem desculpas pedi. Apenas conversei e ele, vendo que eu estava mais calma, falou comigo calmamente, colocou o ponto de vista dele e nos entendemos.
Não foi sempre assim. Em outros tempos, nem tão distantes assim, um dia como o de hoje teria gerado um estresse e uma briga que duraria pelo menos uns 4 dias. Ele estaria com cara emburrada, eu me penitenciando por ter sido um “monstro”. Mas a maturidade chegou e isso fez muito bem para a nossa relação. Agora a gente não quer mais ter a razão. Eu não quero mais que ele entenda o quanto a minha vida é dura e como é difícil cumprir todos os meus papéis: de mãe, dona de casa, profissional, amiga e blá blá blá. E ele não que me convencer que o problema é a minha arrogância de mulher moderna. Nos aceitamos e, principalmente, nos amamos, verdadeiramente. Ouvimos o que temos a falar e nos acolhemos. Amanhã pode ser ele que esteja de mau humor e assim, compreendemos que todos têm direito a um dia ruim. Bom mesmo é saber que conseguimos chegar neste equilíbrio.
A escritora Elizabet Kantor escreveu recentemente um livro entitulado A Fórmula do Amor, onde ela usa as personagens de Jane Austen (autora, entre outras obras, de Orgulho e Preconceito) para explicar as diferenças no
“vamos usar nossa especialidade natural em relacionamentos para abrir nosso caminho no campo minado das vulnerabilidades de homens e mulheres até um lugar onde ambos possam ser felizes”.
Isso é um conforto quando colocado verdadeiramente em prática!
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