Dizem que quem mora no litoral é encantado pelos cantos das sereias do mar. Essa pode ser uma das explicações para o torpor do Rio do Janeiro. Uma cidade que sai da euforia para a depressão com facilidade surpreendente. Difícil encontrar o Rio sereno, equânime, lúcido. Nessa gangorra emocional as melhores e as piores coisas costumam acontecer por lá.
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Lembro de um amigo me contando uma recente viagem que ele fez com uma pessoa com quem estava saindo. Era uma relação que vinha acontecendo há alguns meses. Sem grandes compromissos assumidos, a relação se mantinha em grande parte devido à utilidade que tinha para meu amigo. Morando fora de São Paulo e vindo para a cidade semanalmente, a relação fazia com que sua estadia fosse menos solitária. Especialmente nas noites que não arranjava companhia melhor.
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Quando li um livro sobre o Tantrismo há muitos anos, uma coisa me chamou atenção: segundo o autor, a mulher ou o homem com quem se fazia o sexo tântrico não deveria ser a mesma pessoa com que se relacionava como casal. Conheço superficialmente o tantrismo e por isso desconheço se é uma premissa tântrica geral ou um ponto de vista do autor. O que sei é que após refletir sobre a simbologia inserida nessa premissa, fez todo o sentido para mim.
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No final de 2011, quando o Projeto Homens chegou ao fim, minha visão sobre o masculino tinha mudado bastante. Compreendi que ele estava tão oprimido com o modelo tradicional de homem – aquele durão, mulherengo, que o dinheiro e acelerar o motor do carro o faziam se sentir macho – quanto a mulher de carregar a vida familiar nas costas.
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Impossível não ficar mexido com as fortes imagens divulgadas pela polícia sobre o caso da advogada Tatiane Spitzner da cidade de Guarapuava no Paraná. As cenas mostram o marido, o professor Luís Felipe Mainvailer agredindo-a durante todo o trajeto que as câmeras de segurança do prédio onde viviam tiveram acesso. Como sabemos, ela morreu após queda do quarto andar. Não sabemos ainda se, como tudo indica, o marido causou a morte da Tatiane. O que está claro é a frieza com que ele a agrediu. Só observar o rosto dele dentro do elevador. Chocante. Triste. Revoltante.
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Os EUA acabaram de divulgar o resultado da sua economia com um crescimento de 4,1% no 2° semestre. Maior crescimento desde 2014. Nada surpreendente se lembrarmos que o poder antigo, o poder sobre, faz a roda girar há muito, muito tempo. Ele criou praticamente todos os mecanismos que hoje regem os negócios. Lógico entender que ao voltar ao poder saberá fazer os ajustes necessários para que as coisas voltem ao status quo inicial. Status que traz prosperidade sim, embora isso não signifique distribuição de renda.
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Ler a autobiografia do Nelson Mandela foi um dos meus deleites dos últimos tempos. A sua escrita despretensiosa e simples, devo confessar, inicialmente me desconcertou. Sempre tive o Mandela como um dos grandes líderes dos últimos séculos e por erro e hábito de avaliação, esperava um texto mais pujante, com as costumeiras frases de efeito que os livros de líderes costumam ter. Ledo engano. Ler Mandela é como ouvir um velho e doce homem numa preguiçosa tarde de domingo.
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Visitar os lugares históricos e museus de Londres significa entrar em contato direto com o poder. Um poder austero, sem afetação. E talvez por isso, parece bastante consciente da sua abrangência e força. De não haver muito espaço para a ilusão que costuma acompanhar o poder. Difícil não sucumbir a esse tipo de pod
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Acompanhei, bastante apreensiva, devo confessar, o desenrolar do caso dos 12 meninos presos numa caverna com seu treinador na Tailândia. Logo que vi a foto dos meninos sentados calmamente esperando, após nove dias desaparecidos, num local úmido, escuro, frio, com alimento e água para poucos dias a mais, pensei na grande diferença entre o Oriente e o Ocidente.
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A tarde ensolarada e quente em Londres serviu de pano de fundo para um almoço delicioso no último domingo da nossa viagem. À medida que entrelaçávamos temas diversos, a diversidade oriunda de faixas etárias e nacionalidades distintas iam tornando nosso encontro rico e adorável.
À medida que íamos aprofundado as trocas, não pude evitar perguntar ao mais velho de nós, na faixa dos 80 aparentemente bem vividos, o que esperaria do amor a essa altura da vida. Respirando fundo me disse: lealdade.
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