Em 2014 apresentei para um cliente a possibilidade de que o consumo de maquiagem no Brasil viesse a cair. Na época, a possibilidade que levantava não se embasava em hábitos de consumo ou comportamentos, mas em sentimentos que vinha captando em minhas pesquisas. Estava ficando evidente – pelo menos para mim – que a busca por maior autenticidade de ser, estava se fortalecendo ao ponto de chamar, fortemente, a minha atenção. Essa autenticidade, claro, poderia, lá na frente, respingar no mercado de maquiagem que, além de enaltecer a nossa beleza, também pode disfarçá-la.
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Quando se chega aos cinquenta anos costumam ter passado por nós alguns bons amores. Dependendo as nossas crenças sobre o amor, eles podem ter sido intensos, leves, complicados, dolorosos ou felizes. As crenças que constroem o nosso sentido de realidade também ditam as nossas escolhas amorosas. Por isso falo e recomendo tanto o autoconhecimento ao ponto de conseguir listar – isso mesmo listar de forma objetiva – nossas crenças sobre os assuntos que regem o nosso sentido de felicidade. Trazer para a consciência é mais de meio caminho andado em direção ao bem-estar tão desejado.
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Passei uns dias na praia desconectada de notícias e das redes sociais; uma pequena pausa da hiper conectividade em que tenho estado nos últimos meses devido a pandemia da Covid-19. Ficar longe do que me conectava com o mundo fez que vivesse em outro ritmo. O ritmo das conversas sem intenção. Do acordar quando o desejo de caminhar vencia o desejo de cochilar. Do sonhar com areia do mar e logo depois pisar nela com os pés livres e soltos. Dos risos soltos, do sono relaxado e da leveza de se preocupar com coisas bobas. Dias oferecidos a minha alma, para ela pacificar.
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Vivemos num sistema social no qual, para poder nos relacionar, nos concentramos em bolhas. Cada um tem a sua – é importante entender isso porque os que se consideram mais arejados e abertos mentalmente, acreditam que não vivem em nenhuma –, embora seja comum que de fato, os mais abertos, transitam entre várias delas. A cada ano, mesmo os mais seletivos, estão ampliando sua forma de vida e, boa parte de nós, temos a nossa bolha principal e algumas periféricas que costumam conversar entre si.
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Desde 2011 tenho estudado os homens com mais afinco. Meu interesse cresceu após terminar um longo estudo com as mulheres sobre suas crenças em relação ao feminino e compreender que a construção cultural do que é ser homem e do que é ser mulher – independentemente de sua orientação sexual – é uma dança que no mínimo envolve essas duas identidades.
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Costumo receber mensagens inbox pelas minhas redes sociais. Em diversas delas as pessoas me contam o momento de vida que estão passando, suas experiências ou suas opiniões sobre os textos que publico. Uma delas me fez sentir, de forma sensível, a dificuldade que muitos veem passando nestes tempos de pandemia da Covid-19. O que os números mostram todo dia, de repente, se converteu em alguém de carne e osso, passando por um momento muito crítico. Poucas coisas me tocam mais do que me conectar com a dor humana.
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Os românticos que me perdoem, mas desde o início deste texto é preciso que fique claro um conceito que venho construindo a partir dos meus estudos: toda relação exige trocas, e quanto mais justas elas forem, melhor a relação para ambos. E quanto melhor a relação para ambos, maior a felicidade para todos. O amor perdoa, considera, doa mas não é capaz de garantir a felicidade num relacionamento amoroso. O que garante uma boa relação amorosa – e qualquer relacionamento humano – é um bom acordo de trocas.
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Amar quem se é, separando o quanto for possível, de quem se pretende ser ou quem a sociedade deseja que sejamos, é uma das bandeiras mais levantadas nas últimas décadas. Graças a esse movimento de libertação dos moldes estreitos e sufocantes que determinavam o que era o correto e bonito; estar fora do padrão estético, quase sempre limitado da moda, deixar de ter o cabelo liso, vestir as roupas quase todas parecidas como se fizéssemos parte de um exército, estão fora de moda.
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Era nova quando vi um filme que me impressionou. O filme não tinha nada de especial – era daqueles que passavam de tarde na televisão aberta – e seu roteiro era simples: tratava de um avião que cai levando no seu bagageiro as sacolas do sistema de correios norte americano, o USPS. O desenrolar do filme transita pelas histórias de vida que as correspondências carregavam e a influência na vida de milhares de pessoas por as cartas não chegarem ao seu destino, numa época que nem e-mail existia. Pedidos de perdão nunca recebidos, agradecimentos e declarações de amor que nunca foram lidos, notícias sobre nascimentos, mortes, separações, casamentos, mudanças e tudo aquilo que compõe a história de vida de qualquer pessoa.
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Nos últimos anos tenho ouvido regularmente relatos sobre o trabalho análogo ao escravo no Brasil. Assim como os de violência doméstica, esses relatos têm me ajudando a compreender a realidade social e moral da nossa sociedade. Retirando de mim o véu que evitava que enxergasse que fatos dessa natureza aconteciam não só nos confins deste país desigual.
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