Comecei este mês de maio um novo curso, desta vez no Schumacher College Brasil (para quem não conhece, só clicar no link). Havia mais de dois anos que queria estudar coisas diferentes. Adoro estudar. Meu trabalho me promove esse prazer mas depois de 6 anos me aprofundando no universo das identidades femininas e masculinas, crenças e valores sociais, queria algo diferente, que me instigasse e levasse para novos universos.
Tinha ouvida da Schumacher College há muito tempo e sabia da sua visão holística e o quanto ela permeia seus cursos. Sabia também que alguns dos pensadores que admiro tinham passado por lá; mas devo confessar que não me aprofundei na metodologia nem nos conceitos. Como é comum fazer, segui minha intuição e me candidatei.
Você entende o que é o Movimento Humano, Desestruturação, logo no primeiro módulo do curso. E devo confessar que se por um lado me diverte e me instiga por outro, tira o conforto do processo ao qual venho décadas acostumada. Claro que essa foi uma das minhas motivações para fazer o curso: sair do automático e me abrir para novas formas de sentir, pensar e e agir.
A forma como as coisas são organizadas no curso não segue um modelo que estamos acostumados. A lógica é diferente e isso muda tudo. Para quem gosta de saber tudo de antemão, ter alguém dizendo o que deve ser decorado, se planejar – no que se refere ao conhecimento, porque na parte de logísticas e infra-estrutura é tudo organizado e bem comunicado – irá sofrer. Entregar-se à descoberta passo a passo faz parte do processo. E a descoberta faz parte do novo passo que irá alimentar e guiar o passo seguinte. Faz todo o sentido quando você começa essa trilha e vê o resultado.
Vivendo essa experiência entendo que assim realmente criamos o novo. Permitindo que o novo nasça, sem tanto controle nem planejamento, mas surgindo aos poucos, no seu tempo. Vejo hoje as empresas investindo em workshops de inovação sem dar o tempo suficiente para a reflexão. Entendo cronogramas, entendo urgências corporativas, mas a reflexão é fundamental para criar coisas realmente novas. E elas precisam de tempo, de quietude e silêncio. Válido se inteirar de novidades, conhecer cases que nos inspirem, mas pouco criaremos de novo, se não dermos o tempo para que todo esse conhecimento se acomode, fique quieto até que ele ganhe vida de novo e se organize de uma outra forma, desta vez realmente nova.
O mundo está precisando de formas realmente novas para seguir adiante de forma saudável, sustentável e próspero. Honremos àquelas que nos trouxeram até aqui e que foram válidas mas é só olhar ao redor para perceber que não nos atendem mais.
Nany Bilate é pensadora intuitiva e pesquisadora. Seus estudos e textos são focados na transição de valores e crenças da nossa sociedade. E sua interferência nas identidades feminina e masculina contemporâneas.
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