Os homens estão explorando novas formas de se relacionar além da estrutura de poder tradicional.
Após ter ouvido as mulheres, nada mais justo que ouvir os homens. O Projeto Homens foi realizado ao longo de 2011 como resposta ao Projeto Mulheres.
Se a mulher estava incomodada com alguns aspectos sociais de sua identidade ligada a autosuficiência, poder e perfeição, e, de certa forma, triste por se encontrar solitária, o homem, para nossa surpresa, se encontrava acuado e tinha escolhido o silêncio para atravessar esse momento dolorido.
Como pano de fundo, sabemos que nas últimas décadas vivemos mudanças profundas que questionaram valores e que mexeram com os alicerces das nossas crenças, estruturas morais, sociais, culturais e individuais. Querendo ou não, no processo de libertação do velho, que nos leva para novas oportunidades, nos angustiamos pela incerteza do novo. Ao nos libertarmos, tínhamos a intuição que algo, realmente novo, estava se instalando na sociedade.
Compreendemos que salvo exceções, o homem não queria mais o poder antigo. Encontrava-se num vácuo sem muita força para lutar até por não saber qual caminho seguir. Na construção do novo, a relação com os filhos estava se tornando mais intensa e prazerosa. Do banho passou a cuidar de fraldas e dividir as tarefas cotidianas que os filhos geram. Com o reconhecimento público, veio a coragem de incursionar em mais áreas domésticas. A mulher, cansada, também cedia espaço.
Terminamos o Projeto Homens com a certeza que novos caminhos estavam sendo criados, e o que o ser mulher e ser homem estava sendo resignificado na sociedade brasileira. Foi assim que em 2013 iniciamos o Projeto Uno.